Francisco Augusto Vieira Nunes (Bacurau) nasceu em 9 de dezembro de 1939, em Manicoré, às margens do rio Negro, Amazonas. Aos 5 anos, contraiu hanseníase. Em conseqüência do preconceito que sofria desde menino, a família de Bacurau, em 1949, deixa a cidade de Manicoré com destino a Porto Velho (RO).
Mas o preconceito não acabara por aí, aos 9 anos, Bacurau é matriculado em uma escola. No entanto, no final de seu primeiro dia de aula, a professora o encaminha para um hospital e novamente vem a público a doença.
Em 1953, Francisco é internado na Colônia Jayme Abenasthar, às margens da BR-364, em Rondônia. Deixa de ser Francisco, "vira" Bacurau, nome de um pássaro muito comum em sua cidade natal. Em 1957, Bacurau vai para Rio Branco (AC) morar com seu irmão Zuza. Em 1961, vai para a colônia Souza Araújo, no mesmo Estado, onde fica até 1977. Neste período, torna-se professor, juntamente com sua então esposa Zenaide. Bacurau foi prefeito nesta colônia, de 1967 a 1971.

Durante toda a sua vida, Bacurau foi militante do Partido dos Trabalhadores (PT). Foi o mais votado dentro do partido. Na década de 90, divulga as idéias do Morhan (Movimento de Reintegração de Pessoas atingidas pela Hanseníase) no exterior.
Bacurau e o Morhan são exemplos de emancipação do povo brasileiro. Sua maneira de enfrentar a sociedade e ocupar seu espaço de direito era baseada no diálogo, na educação e no amor. Foi uma das pessoas que mais entendeu a sociedade e os seres humanos. Sabia ler gestos, vozes e olhares.
Fonte: Maria do Carmo Lara - Deputada Federal - Aposentadoria para os Ex-Portadores de Hanseníase
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